A Águas do Algarve efetuou a Assinatura do Auto do Contrato Misto para a Conceção, Construção e Exploração do Sistema de Dessalinização na Região do Algarve ao Agrupamento Complementar de Empresas (ACE), formado pelas empresas LUSÁGUA – SERVIÇOS AMBIENTAIS, S.A., AQUAPOR – SERVIÇOS, S.A e GS INIMA ENVIRONMENT, S.A.U.

O presente Contrato representa um investimento de 107.922.830,00 EUR (Cento e sete milhões, novecentos e vinte e dois mil, oitocentos e trinta euros), integrado no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o qual incluiu esta solução através do Investimento RE-C09.i01.04, designado por “Plano Regional de Eficiência Hídrica do Algarve – SM6 – Promover a dessalinização do mar” e enquadrado na sua Componente C09, com um valor de comparticipação de 54.000.000,00 EUR (cinquenta e quatro milhões de euros) e possui na sua execução duas fases completamente distintas

1. Uma primeira fase relativa à conceção e construção do Sistema de Dessalinização de água do mar, com um valor de investimento de 102.784.562,96 EUR (Cento e dois milhões e setecentos e oitenta e quatro mil e quinhentos e sessenta e dois euros e noventa e seis cêntimos), e com um prazo de execução de 1115 dias, contados a partir da data de celebração do contrato e até à Receção Provisória da Obra.
2. Uma segunda fase relativa à fase de “Exploração” do sistema de dessalinização de água do mar, com um valor de investimento de 5.138.267,04 EUR (Cinco milhões cento e trinta e oito mil e duzentos sessenta sete euros quatro cêntimos) a qual se iniciará após a data da Receção Provisória da obra e por um período de três anos (1095 dias).

Conceção da Infraestrutura:

Este investimento tem como principal objetivo dotar o Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água e de Saneamento do Algarve - Sistema de Abastecimento de Água, adiante designado por SMAAA, de uma maior resiliência, ao adotar como uma nova origem de água para abastecimento de água para consumo humano a água do mar, origem de água robusta, que não se encontra dependente de situações de escassez hídrica, considerando-se uma fonte inesgotável.

O Sistema de Dessalinização a implementar na Fase 1 (Ano 0, ou Ano de Arranque da Instalação) permitirá a produção de 500 L/s = 1800 m³/h = 43.200 m³/dia = 16 hm³/ano de água potável.

O sistema ficará preparado para ser ampliado no futuro (Fase 2 – Ano Horizonte), através da instalação dos equipamentos necessários na estação elevatória de água bruta (EE1) e Estação de Dessalinização de Água do Mar (EDAM), para a produção de 750 L/s = 2.700 m³/h = 64.800 m³/dia = 24 hm³/ano de água potável. Toda a construção civil, captação, condutas de água bruta e água tratada e restantes infraestruturas serão desde já executadas para a Fase 2.

No seu modo de funcionamento, a EDAM está dimensionada para um regime de caudais que poderá variar entre o seu caudal nominal, 500 l/s e um caudal mínimo de 125 l/s (25% do caudal nominal).

O sistema de captação e transporte de água bruta compreende duas estruturas de tomada de água, situadas no mar, a cerca de 2 km da costa, protegidas com grelhas contra a entrada de corpos de grande dimensão e por duas condutas em PEAD, com diâmetros DN1000 e DN1200, entre as tomadas de água e a estacão elevatória de água bruta (EE1) situada a curta distância da praia;

A ligação entre a estação elevatória de água bruta (EE1) e a EDAM será efetuada através de uma conduta elevatória DN1200, com cerca de 4,8 km de extensão.

O transporte da salmoura até ao mar será feito por uma conduta (emissário) com origem no reservatório de salmoura na EDAM com diâmetro DN1200 na zona terrestre e DN1000, no troço offshore, com um comprimento de 2,130 km de extensão.

A conduta de ligação de água tratada ao SMAAAA será executada em ferro fundido DN700, com um comprimento estimado de 250 m.

Mais-valia da infraestrutura projetada:

A região do Algarve sofre, ao longo dos últimos anos, ciclos de seca prolongada associada a uma situação de escassez hídrica já considerada estrutural, resultando numa diminuição dos volumes de água armazenada nas várias origens disponíveis, estando esta situação a ser monitorizada pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), pela Águas de Portugal (AdP) e pelas Águas do Algarve (AdA).

Por forma a minimizar esta situação, diversos estudos apontam para o recurso à dessalinização de água do mar como uma das medidas estruturais possíveis para o reforço da capacidade de produção de água. Esta opção integra o conjunto de medidas que corresponde igualmente a uma necessidade estratégica ligada às disponibilidades e reservas de água na região, tal como identificado no Plano Regional de Eficiência Hídrica da Região do Algarve.

O objetivo único do Projeto, baseia-se na necessidade de uma solução integrada que garanta, de forma sustentada, o abastecimento público de água na região do Algarve, necessidade essa já há muito identificada. A principal razão para a concretização deste empreendimento é, assim, a necessidade de criar uma alternativa capaz de garantir a resiliência do abastecimento público à população da região, mesmo em períodos de seca prolongada. Através de um acréscimo das disponibilidades hídricas, deverá ter uma capacidade de produção de um caudal que varia, no mínimo, entre 10.800 m³/dia e 43.200 m³/dia.

Esta medida integra um leque de investimentos que a Águas do Algarve está a executar no âmbito do Plano de Eficiência Hídrica do Algarve, ao abrigo do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), e que vão permitir aumentar em mais de 69 hm3 as disponibilidades hídricas da região:

• Captação nas albufeiras de Odeleite e Bravura a cotas mais baixas que as atuais, permitindo captar um volume adicional de 15 e 1 hm3/ano, respetivamente (concluída).
• Incremento da produção de Água para Reutilização (ApR) em 8 hm3, nomeadamente para rega de campos de golfe e agrícola (até final de 2025).
• Reforço da interligação entre os sistemas do Barlavento e do Sotavento: aumento da capacidade de transferência de água entre sistemas em 750 l/s, equivalente a 7,8 hm3/ano (em curso; conclusão em 2025)
• Construção de um sistema de captação de água no rio Guadiana, a jusante do Pomarão (capacidade máxima de 30 hm3/ano), para bombagem de água para a albufeira de Odeleite: em curso (em fase de Avaliação de Impacto Ambiental) (conclusão em 2026)

Mais se refere que o Investimento RE-C09-i01.04 “Plano Regional de Eficiência Hídrica do Algarve” contribui de forma positiva para a eficiente utilização dos recursos hídricos e para a minimização dos efeitos decorrentes da escassez de água que assola a região do Algarve. A implementação destes investimentos, respeita e assegura o cumprimento do princípio de “Não Prejudicar Significativamente” (Princípio DNSH), através da incorporação dos requisitos previstos no PRR

A Águas do Algarve SA agradece ainda todo o apoio e disponibilidade que a AHETA, em nome do seu Presidente, e toda a equipa, deram na organização deste momento.

Informações adicionais

Teresa Fernandes, Porta-Voz da Águas do Algarve

Telm: 932698558

Email: t.fernandes@adp.pt

Sobre o Consórcio

Sobre o Grupo GS Inima (60%)

O GS Inima, Grupo pertencente à multinacional coreana GS E&C, é especializado em actividades ambientais associadas ao ciclo integrado da água e às energias renováveis.

Mais informação em http://www.gsenc.com/en/

Sobre a Aquapor (30%) e Luságua (10%)

A Aquapor é um dos principais players na gestão de concessões municipais e prestação de serviços de abastecimento de água, de saneamento de águas residuais, de recolha e tratamento de resíduos sólidos urbanos e de limpeza urbana. A Aquapor detém a Luságua – Serviços Ambientais, que desenvolve atividades desde a consultoria e serviços especializados de engenharia até à gestão, operação e manutenção de sistemas urbanos de água e instalações de tratamento.

Mais informação em https://www.aquaporservicos.pt/  e https://www.aquaporservicos.pt/website-lusagua/