#Oceans30days30sketches_pag 2 | Águas do Algarve
Promovemos a universalidade, a continuidade e a qualidade dos serviços de águas, contribuindo para a sustentabilidade do setor e para a proteção dos valores ambientais

#Oceans30days30sketches_pag 2

 

 

#Oceans30days30sketches

 

plásticos

Day 11

 Espécies autóctones

Ao longo da vasta Zona Económica Exclusiva portuguesa, que é a 5ª maior da Europa e a 20ª maior do Mundo, são várias as espécies autóctones de peixes e mariscos que abundam nas nossas águas.

De entre as espécies mais populares entre os consumidores portugueses e, consequentemente, mais capturadas, encontramos Bivalves como a amêijoa ou as ostras, cefalópodes como a lula, o choco e o polvo e peixes como o carapau, a cavala, o espadarte, a dourada, o tamboril ou a afamada sardinha.

Portugal é actualmente o país da União Europeia e o 3º do mundo, com maior consumo anual de peixe por pessoa. Este facto dá ao nosso país uma enorme responsabilidade no que toca à exploração dos recursos marinhos.

A sardinha, mais do que uma espécie muito consumida, foi ganhando, ao longo do tempo, o estatuto de símbolo do país. Ela é figura assídua à mesa dos portugueses durante todo o verão e, nas festividades dos Santos Populares, não pode faltar a famosa sardinha assada.

No entanto, são impostos apertados limites à captura desta espécie, sendo que, em águas portuguesas, ela só pode ser pescada num período limitado que começa em meados de Maio e termina, no máximo, em Outubro. O motivo é simples e de extrema importância: a preservação das espécies, que obriga a respeitar as fases de reprodução das mesmas.

Por outro lado, se consumirmos apenas pescado com dimensões acima do tamanho mínimo de captura, estamos a contribuir para que as espécies se possam reproduzir antes de serem capturadas, favorecendo o equilíbrio das cadeias alimentares marinhas.

Ao optar por peixe de águas nacionais, contribuímos para a redução das emissões de gases de efeito estufa e para a diminuição dos gastos energéticos associados ao transporte e à refrigeração do pescado.

Por outro lado, devemos apostar na pesca sustentável, mediante o uso de artes de pesca selectivas, que não destruam os habitats e que permitam a manutenção dos stocks de pescado no mar em níveis equilibrados.

Também aqui, a atitude e as escolhas de cada um de nós, como consumidores, é de vital importância para a manutenção de uma relação saudável entre o mar e a sociedade.

plásticos

Day 12

Aquacultura

A aquacultura é o ramo da Zootecnia que estuda a produção de organismos aquáticos, como peixes, moluscos, crustáceos ou plantas aquáticas para uso humano. 

As origens da aquacultura são ancestrais, existindo registos da mesma que remontam à antiga China e ao império romano e sendo que os egípcios, há mais de 4000 anos já faziam criação da tilápia-do-nilo.

A produção de peixes através de aquacultura triplicou entre 1995 e 2007, sendo que atualmente se estima que a aquacultura seja responsável por fornecer cerca de 50% de todo o peixe consumido a nível mundial.

Alimentados a ração, os peixes de aquacultura registam uma elevada taxa de conversão da energia que consomem em carne, apresentando, por isso, altas taxas de produtividade. Além disso, outro benefício da aquacultura consiste no facto desta fazer chegar peixe de qualidade a zonas do globo onde o pescado marinho não chega de forma tão fácil, em condições sanitárias ideais ou a preços aceitáveis.

Um pouco por todo o mundo surge, de uma forma ainda bastante pioneira, a aquacultura em mar aberto, também denominada de aquacultura offshore. No caso dos peixes, o cultivo é realizado através de jaulas flutuantes, que podem ser de superfície ou submersíveis, dependendo do hidrodinamismo do local. Relativamente aos bivalves, o cultivo é feito através de “long-lines”, uma técnica popularizada pelos japoneses que consiste na instalação de um cabo horizontal, “madre” de onde pendem cordas verticais para o cultivo de mexilhão e bolsas ou lanternas para o cultivo de outras espécies.

Em Portugal Continental, a primeira Área de Produção Aquícola (APA), denominada de Área Piloto de Produção Aquícola da Armona (APPAA), foi delimitada em 2009 e situa-se ao largo da ilha da Armona, em Olhão, no Algarve.

Entre as espécies mais produzidas no regime de aquacultura em Portugal, surgem a amêijoa, a ostra, a truta arco-íris, a dourada, o robalo e o linguado.  

Portugal devido ao seu contexto geográfico revela grandes potencialidades para a expansão da aquacultura em mar aberto, no entanto, a aquacultura é ainda uma atividade relativamente recente no nosso país, sendo o seu peso no fornecimento de pescado no mercado nacional ainda relativamente baixo, quando comparado com a quantidade de peixe proveniente da actividade piscatória.

Day 13

Vela

Na vela, um dos mais antigos desportos náuticos do mundo, as embarcações são movidas através da força do vento. 

Os primeiros barcos à vela recreativos e desportivos surgiram no século XVII na Dinamarca. Ainda nesse século, o rei Carlos II de Inglaterra popularizou a vela nas ilhas britânicas depois de ter recebido uma embarcação de presente do povo dinamarquês. Já em 1815, nasceu o Royal Yacht Club de Inglaterra, a mais antiga organização de vela do mundo ainda em funcionamento.

Corria o ano de 1851 quando se realizou a primeira competição de vela de todos os tempos. A corrida colocou frente a frente 15 embarcações inglesas e apenas uma americana, a América que, contra todas as expectativas acabou por se sagrar vencedora desta corrida à volta da ilha de Wight. Este feito ajudou ao desenvolvimento da vela nos Estados Unidos, tendo o nome da embarcação vencedora dado origem à America's Cup, a prova mais importante do calendário internacional atual.

Em 1900, esta modalidade estreou-se nos jogos olímpicos de Paris. Na altura imperavam as embarcações de enormes dimensões, enquanto hoje em dia predominam os barcos pequenos e leves, sendo a prestação dos atletas o elemento determinante para o sucesso da prova.

Constituída em 1856 em Lisboa, a Real Associação Naval, designada a partir de 1911 como Associação Naval de Lisboa, é o clube náutico mais antigo de toda a Península Ibérica e um dos 30 clubes náuticos mais antigos da Europa. Com a sua criação pretendia-se «animar a construção e navegação de iates ou barcos de recreio, e promover o divertimento das regatas em Portugal». 

Com a aposta na promoção da vela, ao longo dos anos, Portugal, apesar de não ser uma potência da vela internacional, já ganhou algumas medalhas olímpicas na modalidade. Em 2018 existiam 28 velejadores de Alto Rendimento na Federação Portuguesa de Vela e, anualmente, realizam-se no nosso país diversas provas de âmbito internacional que juntam alguns dos melhores atletas mundiais em localidades como Lagos, Cascais ou Vilamoura.

Day 14

Medusa

As medusas, também conhecidas como mães d'água, alforrecas ou águas-vivas são animais da classe dos cnidários, que vivem nos oceanos, há mais de 500 milhões de anos na Terra.

Formado por 95-99% de água, o corpo das medusas consiste basicamente num saco cuja forma pode variar desde um disco achatado até uma campânula quase fechada; numa das margens desse saco, as medusas ostentam coroas de tentáculos com células urticantes: os cnidócitos, que em contacto com outros seres, ejetam um minúsculo espinho que contém uma toxina, o nematocisto. As medusas usam estes "aparelhos" não só para se defenderem dos predadores, paralisando-os, mas também para imobilizarem as suas presas, geralmente pequenos peixes, dos quais se alimentam.

No que toca à sua toxicidade para os seres humanos, o efeito do contacto com os tentáculos de uma medusa será certamente doloroso mas, regra geral, não é fatal. Em caso de ataque por uma medusa devem, no entanto, ministrar-se os primeiros socorros de forma imediata.

De todas as medusas, podemos destacar a Medusa Juba de Leão, considerado o maior animal marinho em termos de comprimento, cujos mais de 1500 tentáculos têm cerca de 36 metros de comprimento.

Em Portugal, temos a Physalia physalis (Caravela-portuguesa), que flutua à superfície da água, sendo influenciada por ventos e correntes superficiais. Os seus tentáculos podem chegar aos 30m. Esta é a espécie com maior poder urticante que ocorre com frequência na costa portuguesa, incluindo os Açores e a Madeira. A Catostylus tagi, é a medusa mais comum em Portugal continental, podendo ser facilmente observada em portos e marinas, especialmente nos rios Tejo e Sado. É uma espécie de grandes dimensões e o seu poder urticante é considerado fraco. A Pelagia noctiluca é mais comum no Mar Mediterrâneo, ocorre na costa Portuguesa e ilhas, com mais frequência durante a primavera e o verão. Os seus tentáculos podem chegar aos 2m de comprimento e é muito urticante.

Já foram detetadas cerca de doze espécies de organismos gelatinosos em águas portuguesas. Todos eles são diferentes, em termos de tamanho, cores e morfologia.

Day 15

Praias

Com cerca de 200 quilómetros de costa, o Algarve é considerado um dos melhores destinos de férias de toda a Europa. Esse prestígio muito se deve às suas magníficas praias de águas cristalinas e à diversidade da sua Geografia.

Entre Odeceixe e Sagres, em plena Costa Vicentina, as escarpas imponentes escondem praias mais ou menos secretas. Algumas são acessíveis apenas por caminhos sinuosos; outras são bem conhecidas dos praticantes de surf, que aqui encontram as ondas de que tanto gostam.

A partir do Cabo de São Vicente, o mar ganha um temperamento menos agitado. A metade oeste do Algarve é designada por barlavento e, aqui encontram-se praias de sonho emolduradas por rochedos dourados esculpidos pelo mar.

É também entre Lagos e Faro que se encontram as praias mais cosmopolitas, com animação a prolongar-se pela noite dentro, bem como os resorts mais exclusivos.

É na Quinta do Lago, no concelho de Loulé, que se abrem as portas do Parque Natural da Ria Formosa - um tesouro ambiental feito de águas tranquilas, amplos areais e ilhotas quase desertas, que se estende para leste até Cacela Velha.

Em plena ria formosa podemos encontrar as ilhas barreira, onde a Ria e o Oceano se cruzam. Estas ilhas, acessíveis apenas por barco, são donas de extensos areais e de uma enorme biodiversidade.

A oferta de praias continua até à foz do Guadiana. As praias do Sotavento Algarvio possuem areais enormes que se prolongam mar adentro. Com águas quentes e tranquilas que convidam a banhos longos e prazerosos e sendo possível manter o pé por uma grande extensão de mar, estas praias são ideais para famílias com crianças.

Mas além do clima apetecível e da geografia privilegiada, o Algarve apresenta ainda uma característica que o distingue: a quantidade de praias galardoadas com bandeira azul, garante da qualidade das suas águas, da limpeza dos seus areais, das suas condições de segurança e acessibilidade e da sua aposta na educação ambiental.

Em 2021 são 87 as praias e 4 as marinas algarvias premiadas com este galardão, número que faz do Algarve a região com mais bandeiras azuis em todo o território português.

A Águas do Algarve, S.A. continua a assumir um papel preponderante na estratégia nacional da sustentabilidade ambiental e é com orgulho que reconhecemos o nosso contributo efetivo na obtenção destas bandeiras azuis, que muito se devem ao forte investimento realizado na área do tratamento de águas residuais; a uma gestão mais eficiente das praias e à alteração de comportamentos potenciada pela aposta na educação ambiental das populações.

Day 16

Aves Marinhas

Além dos peixes e mamíferos marinhos, muitas outras espécies fazem do mar o seu lar. Na verdade, a vida marinha estende-se ao azul do céu onde o voo das aves marinhas nos maravilha a cada dia.

São consideradas aves marinhas as espécies que têm como habitat e fonte de alimento o mar e as zonas costeiras. 

Apesar de existirem mais de 300 espécies de aves marinhas registadas a nível mundial, todas elas reúnem características comuns que lhes valem a sobrevivência em meio aquático. Por norma, estas aves têm mais penas que as aves terrestres, sendo estas revestidas por uma gordura impermeabilizante. Além disso, possuem uma membrana interdigital nas patas que as ajuda a nadar. Muitas, têm ainda um pequeno tubo em cima do bico que lhes permite expelir o excesso de sal ingerido.

Ao longo da costa portuguesa existem 65 espécies de aves marinhas, sendo as mais populares as gaivotas que frequentemente avistamos nas praias, nas marinas e portos ou até em zonas urbanas litorais. No entanto, outras espécies como a cagarra, o alcatraz, o garajau ou o corvo marinho, são também abundantes em território nacional.

Apesar de existirem 9 espécies diferentes de gaivotas só em Portugal, estas são, em geral, aves de porte médio a grande, brancas ou cinzentas, geralmente com marcas pretas na cabeça ou asas. Possuem bicos fortes e compridos e patas com membranas.

A sua dieta é composta, sobretudo por peixe, mas também por ovos de outras aves, pequenos roedores e vários tipos de restos. São frequentemente avistadas a acompanhar barcos de pesca, aproveitando-se da concentração de peixes nas redes ou dos restos descartados pelos pescadores. Com o seu grito característico, áspero e rouco, ninguém fica indiferente à sua presença.

Estas aves são, no entanto, alvo de diversas ameaças: nove em cada dez aves marinhas possuem plástico no estômago e, caso não ocorram mudanças no comportamento dos seres humanos, até 2050, 99% das aves marinhas terão ingerido plástico. Essa ingestão pode ter graves consequências como o bloqueio do trato digestivo ou, em muitos casos, a morte do animal.

Day 17

Derrames de petróleo

Uma das mais perigosas formas de poluição oceânica é o derrame de petróleo nos ecossistemas marinhos.

Esta, que é uma das formas mais agressivas de poluição em contexto marinho, pode ter diferentes origens, como petroleiros, poços ou plataformas de petróleo, e apresentar-se na forma de petróleo puro, ou de qualquer um dos seus derivados.

Este tipo de derrame acarreta um grave desequilíbrio ecológico: o petróleo não permite que a luz do Sol penetre na água, afetando a fotossíntese da vegetação oceânica. A cadeia alimentar entra em desequilíbrio, provocando uma enorme mortalidade de peixes.

Além disso, o forte cheiro a óleo prejudica o olfato dos animais que, não conseguindo encontrar as suas crias, as abandonam à mercê da fome e dos outros animais; As aves, em contacto com o petróleo deixam de conseguir voar; a ingestão de petróleo provoca problemas no trato digestivo e na função hepática de aves e mamíferos; origina desequilíbrios hormonais, desregula a temperatura corporal e, em certos casos, pode provocar cegueira.

Os derrames de petróleo prejudicam igualmente a qualidade do ar, podendo os hidrocarbonetos libertados ser prejudiciais à saúde humana. Todos estes fatores acabam, inevitavelmente, por prejudicar a atividade turística e económica das áreas afectadas por estas catástrofes.

A limpeza e recuperação de um derrame de petróleo é uma tarefa difícil que depende de diversos fatores, como o tipo de óleo derramado, a temperatura da água e os tipos de linhas costeiras atingidas. Prova de que, mesmo após a limpeza, os ecossistemas podem não recuperar na totalidade é o facto de que, quinze anos após o derrame do navio Exxon Valdez no Alasca (em 1989), apenas seis das 26 espécies e habitats mais afetados recuperaram, sendo que outras - incluindo orcas e focas - continuavam em declínio.

Em 1989 registou-se uma das maiores marés negras ocorridas na costa portuguesa, a qual incidiu sobretudo sobre a Praia do Almograve, no concelho de Odemira. Este desastre deveu-se ao derrame de cerca de 6 mil litros de crude, provocado pelo acidente do navio Marão Diários à entrada do Porto de Sines.

Day 18

Cavalos Marinhos

Pertencentes à categoria dos peixes ósseos, os cavalos marinhos apresentam uma cabeça alongada e com filamentos a lembrar os cavalos;  já a sua capacidade de mudar de cor e de mexer os olhos independentemente um do outro, assemelha-se aos camaleões.

A sua designação é a adoção literal do nome da criatura mitológica grega Hipocampo, um monstro marinho com patas dianteiras de cavalo e uma cauda de peixe.

Estes pequenos animais nadam com o corpo na vertical e, na sua maioria, medem entre 15 a 20 centímetros, e pesam entre 50 a 100 gramas, alimentando-se de pequenos crustáceos, vermes, e plâncton. 

Vivem em águas rasas tropicais e temperadas, com preferência por zonas abrigadas.

Alguns factos curiosos saltam à vista quando falamos deste peculiar animal: macho e fêmea mantêm uma relação monogâmica ao longo do ciclo reprodutivo e são os machos que dão à luz, fertilizando os ovos que as fêmeas depositam num saco na base da sua cauda.

As populações de cavalos-marinhos são alvo de inúmeras ameaças: a sobre-pesca, a destruição dos habitats ou pela captura para uso na medicina tradicional chinesa. 

Em 2001, a Ria Formosa abrigava a maior colónia de cavalos marinhos alguma vez estudada a nível mundial. 

Os mais de 18 mil hectares de sapal, canais e ilhotas protegidas das correntes oceânicas pelas ilhas-barreira, que constituem a Ria Formosa, têm funcionado como um “laboratório vivo”, permitindo realizar os primeiros estudos sobre reprodução, sobrevivência e crescimento das únicas duas espécies de cavalos-marinhos do Mediterrâneo e do Atlântico.

No entanto, ao longo dos anos, também aqui, a população de cavalos marinhos tem sofrido uma quebra significativa, a rondar os 90%, devido, sobretudo, à degradação dos habitats.

Apesar dos sinais preocupantes, os cavalos-marinhos encontram na Ria Formosa uma espécie de santuário. Para além da sua captura ser proibida, o Grupo de Investigação em Biologia Pesqueira e Hidroecologia do CCMAR desenvolveu um projecto bem sucedido de criação de cavalos-marinhos em cativeiro que poderá contribuir para diminuir a recolha de cavalos marinhos no meio selvagem, bem como para repovoar zonas em declínio.

A par disso, os cientistas algarvios têm trabalhado na construção de duas áreas protegidas, que servirão de refúgio para os cavalos-marinhos, e na criação de um plano de salvaguarda dessa espécie na Ria Formosa.

Day 19

Transporte marítimo / Portos Comerciais

Protagonistas históricos das grandes rotas comerciais, ainda hoje é através dos oceanos que é transportada a maior parte das mercadorias de todo o mundo.

Os portos são áreas de comércio e intercâmbio cultural que unem pessoas de diferentes origens e profissões: empresários que importam e exportam bens e serviços; estivadores que carregam e descarregam cargas; tripulações de navios e diversos migrantes de diversas etnias, nacionalidades, línguas e religiões.

Os portos marítimos também são importantes para as forças armadas, sendo alguns utilizados para fins exclusivamente militares.

O transporte Marítimo realiza-se a bordo de navios cargueiros e as mercadorias são acondicionadas em enormes contentores. A arrumação de cargas nos navios é feita pelos estivadores com recurso a equipamentos específicos que permitem movimentar cargas de grandes dimensões. 

O transporte marítimo é a forma mais eficiente de transporte, emitindo, de facto, menos carbono do que os outros meios disponíveis.Ainda assim, como eixo central da economia global, esta indústria é responsável por mais de 3% das emissões globais de CO2, podendo chegar aos 5% até 2050. De facto, as emissões de poluentes atmosféricos provenientes de navios estão a crescer continuamente, enquanto as emissões terrestres estão gradualmente a cair. 

Os Portos de Nova Iorque, Nova Jersey, New Orleans, Xangai e Roterdão são alguns dos Portos mais importantes do Mundo.

Apesar da existência de diversos portos em Portugal continental, Açores e Madeira, o peso do nosso país no âmbito portuário mundial é relativamente baixo.

Em 2019, o porto de Lisboa foi o que mais mercadorias movimentou em Portugal. No contexto ibérico, porém, o porto da capital deteve uma quota de apenas 3,1% dos 315 milhões de toneladas movimentados no total dos portos de Portugal e Espanha. 

Os maiores portos portugueses a seguir ao de Lisboa são os de Leixões, Setúbal e Sines. No Algarve, os porto de Lagos, Portimão e Vila Real de Santo António, destinam-se apenas à pesca e recreio, ao passo que o porto de Faro, apesar da sua pequena dimensão, apresenta já uma apetência para o transporte de mercadorias.

Day 20

O Ártico

Localizado no pólo norte, sob a constelação da Ursa Menor, o seu  nome deriva da palavra grega arctos,que significa “urso”. 

As suas águas banham porções do continente europeu, do continente asiático e partes do continente americano. Este é o mais pequeno e raso dos oceanos e, apesar da Organização Hidrográfica Internacional o reconhecer como tal, alguns oceanógrafos chamam-no de mar Ártico Mediterrâneo ou simplesmente mar Ártico.

Parte das suas águas permanece congelada durante todo o inverno e a sua temperatura e salinidade variam sazonalmente consoante a cobertura de gelo derrete ou congela. 

Mergulhado na total escuridão durante metade do ano e constantemente fustigado por ventos extremamente frios, o Ártico apresenta, no entanto, um ecossistema bastante rico, sobretudo no que diz respeito à sua fauna microscópica que serve de base a toda a cadeia alimentar.

Ao nível da macrofauna, no entanto, são poucos os animais que desenvolveram capacidades para se adaptar a este clima tão adverso. São típicas do Ártico espécies como o icónico urso-polar, a raposa-do-ártico, vários tipos de foca, o boi-almiscarado, o elefante-marinho, e as baleias.

O Ártico tem sido afetado pelo aquecimento global de maneira particularmente intensa, aquecendo de forma duas vezes mais rápida que a média global. Este aquecimento provoca o degelo dos glaciares e acarreta importantes repercussões sobre a sua flora e fauna. Pesquisas recentes confirmam que o Oceano Ártico viu, nos últimos anos, a sua área reduzida em 14%, além da camada de gelo se ter tornado 40% mais fina.

O degelo do ártico é responsável pela acidificação das águas e afeta desde a gigante baleia ao mais microscópico pedaço de plâncton, estando já documentadas mais de 17 espécies em risco. O que está a acontecer no Ártico é o exemplo do que acabará por acontecer em todo o planeta se não forem de imediato tomadas medidas concretas contra o aquecimento global.

Portugal foi em 2021 o país anfitrião da Arctic Science Summit Week (ASSW). Esta conferência, que se realiza desde 1999, reúne cientistas de várias nacionalidades e ramos do conhecimento e tem como objetivo a partilha de estudos e experiências sobre o ecossistema do Ártico, bem como, a definição de prioridades para o futuro. Este ano, “O Ártico: mudanças regionais, impactos globais” é o grande tema do encontro.

Página 3 (21 a 30)