ETAR da Companheira | Águas do Algarve
Promovemos a universalidade, a continuidade e a qualidade dos serviços de águas, contribuindo para a sustentabilidade do setor e para a proteção dos valores ambientais

ETAR da Companheira

A água residual a tratar na ETAR da Companheira é proveniente do sistema intercetor de Portimão, constituído por um eixo central, que integra um coletor gravítico, em túnel, com quase 10 km de extensão e um diâmetro exterior de 1500 mm, na zona terminal de ligação à ETAR. Na sua totalidade o sistema intercetor, em alta, tem 79 km e integra 30 estações elevatórias.

As afluências a este coletor central (gravíticas e elevatórias) são provenientes dos aglomerados urbanos do concelho de Portimão, Ferragudo e Parchal, no concelho de Lagoa e Brejão, Caldas de Monchique e Monchique, do concelho de Monchique.

A ETAR da Companheira localiza-se a nordeste da cidade de Portimão, no sítio do Bom Retiro – Companheira, na margem direita da ribeira da Boina e a sul da EN125.

O efluente tratado é descarregado na ribeira de Boina, afluente do rio Arade, em zona já integrada no estuário do rio Arade. Na área de influência da descarga do efluente final da ETAR, identificam-se como principais usos do meio hídrico recetor, as atividades balnear e conquícola. O normativo estabelecido para as características a que o efluente tratado deve obedecer, teve em conta as características do meio recetor e as atividades atrás referidas. Assim, foi adotado um nível de tratamento superior ao secundário, com a inclusão da etapa de desinfeção.

A instalação está dimensionada para tratar um caudal de 32.061 m3/dia, correspondente a uma população total equivalente a 140.092 habitantes, estimada para o ano horizonte de 2037.

 

Conceção da Infraestrutura

A ETAR é constituída por três linhas de tratamento distintas (fases liquida, sólida e gasosa).

A linha de tratamento da fase líquida integra as seguintes etapas:

  1. Tratamento preliminar, homogeneização e equalização
    1. Medição do caudal afluente à ETAR;
    2. 2 Linhas para gradagem grossa de limpeza mecânica;
    3. 2 Linhas para gradagem fina com limpeza mecânica;
    4. 2 Linhas para remoção de areias, óleos e gorduras, num órgão comum, equipado com ponte raspadora de fundo e superfície e com insuflação de ar em bolha fina;
    5. 2 Linhas para homogeneização e equalização;
  2. Tratamento secundário
    1. 2 Linhas com reatores de lamas ativadas em regime de baixa carga, dotados de seletor a montante, com nitrificação/desnitrificação;
    2. 2 Decantadores secundários mecanizados de planta circular, com alimentação central, equipados com ponte raspadora, incluindo raspagem de superfície;
  3. Desinfeção
    1. 2 canais para desinfeção do efluente por radiação ultravioleta;
    2. Medição do caudal tratado, através de medidor eletromagnético;
    3. Reutilização de água para usos compatíveis no interior da ETAR.

 

A linha de tratamento da fase sólida integra as seguintes etapas:

  1. Espessamento gravítico das lamas biológicas em excesso em 2 órgãos;
  2. Desidratação mecânica em 2 centrífugas;
  3. Armazenamento das lamas desidratadas em 2 silos conferindo uma autonomia para 7 dias.

 

O tratamento da fase gasosa tem lugar mediante um processo de lavagem química em 2 estágios:

  1. 1º Estágio, com Ácido Sulfúrico, pH na gama de 2 a 4
  2. 2º Estágio com Hipoclorito de Sódio e Soda Cáustica potencial redox na gama de +300 a +400 mV e de pH na gama de 9 a 10

 

Parâmetros de qualidade

Atendendo à dimensão da população servida e à área de influência da descarga da ETAR, e tendo sido identificados usos do meio recetor que condicionam a qualidade da descarga, de acordo com o Decreto-lei n.º 152/97, de 19 de junho, com as alterações introduzidas pelos Decreto-lei n.º 149/2004, de 22 de junho e Decreto-Lei n.º 198/2008, de 8 de outubro, a descarga efetua-se para uma zona classificada de sensível ao abrigo da Diretiva 91/492/CEE de 15 de julho de 1991, pelo que foi implementado um tratamento de nível superior ao secundário, incluindo desinfeção.

As concentrações dos principais parâmetros de qualidade do efluente à saída da ETAR deverão respeitar os seguintes valores:

Parâmetro

Unidades

Valor limite de Emissão

CBO5 a 20ºC

mg O2/l

25

CQO

mg O2/l

125

SST

mg/l

35

Escherichia coli

NMP/100ml

2.000

Os requisitos de qualidade para as lamas são:

Parâmetro

Unidades

Valor limite Admissivel

Matéria seca

%

20 ±2

Os requisitos da qualidade do ar devem garantir à saída do tratamento:

Parâmetro

Unidades

Valor limite de Emissão

Sulfureto de Hidrogénio

mg/N m3

0,1

Mercaptanos

mg/N m3

0,07

Aminas voláteis

mg/N m3

0,3

Amoníaco

mg/N m3

1,0

Reutilização

A ETAR está dotada de um sistema de filtração e de um sistema de desinfeção adicional por radiação ultra violeta, para produção de água com qualidade adequada à utilização como água de serviço, no interior do recinto da ETAR, na rega de espaços verdes, lavagens e preparação de reagentes.Os requisitos de qualidade para reutilização do efluente tratado como água de serviço são:

Parâmetro

Unidades

Valor limite Admissível

Coliformes fecais

NMP/100ml

100

Ovos de Parasitas Entéricos

N/1

1

 

Localização Geográfica: